sexta-feira, 31 de julho de 2009
Questão de afinidade
Nome no papel: "Maris"
ps: beijo pra minha mãe, pro meu pai, pra todo pessoal que acompanha o blog e pra Carol que me defendeu no post anterior.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Questão de afinidade
Eu não tenho nada contra ela.
Mas é que nessas ultimas semanas ela não tem mais escrito no blog, e nem comenta meus textos mais.
Por isso vou votar na Bruninha pra sair, mas por favor entenda que não tenho nada contra ela, é uma questão de afinidade.
Quando um homem chama uma mulher para sair
Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em nossas vidas. Durante muito tempo, fiquei achando que eu era uma estressada maluca que não sabia lidar com isso, mas conversando com diversas pessoas, cheguei à conclusão de que esse estresse é um denominador comum a quase todas as mulheres, ainda que em graus diferentes (ou será que sou eu que só ando com gente estressada?). O que venho contar aqui hoje é mais dedicado aos homens do que às mulheres. Acho importante que eles saibam o que se passa nos bastidores. Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor, um jantar. Pronto, acabou seu último minuto de paz. Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo ‘Vamos jantar amanhã?’. Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples do mundo: ‘Claro, vamos sim’. Começou o inferno na Terra.
Foi dada a largada. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para estar apresentável até lá. Cancela todos os seus compromissos canceláveis e começa a odisséia. Evidentemente, você também pára de comer, afinal, quer estar em forma no dia do jantar e mulher sempre se acha gorda. Daqui pra frente, você começa a fazer a dieta do queijo: fica sem comer nada o dia inteiro e quando sente que vai desmaiar come uma fatia de queijo. Muito saudável.
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terça-feira, 21 de julho de 2009
O fim foi assim
Cinco da manhã e eu estava online como combinado.
Tocou o skype.
Por um segundo pensei em não atender, mas, naquele frio eu já estava acordada mesmo, atender era inevitável.
- Good Morning!
- Good morning! how are you?
- fine, and you
- fine too.
ficamos ali, encarando a webcam por algum tempo. Como se ambos soubessemos o que estava por vir. Nós sabiamos.
Ele me perguntou se eu havia desistido dos nossos sonhos. Não sei quanto tempo levei pra responder, acho que foi muito mais do que se deve levar pra responder uma pergunta dessas.
Disse o que me é mais recorrente nos ultimos dias. "Eu não sei"
Ele ainda conseguiu me irritar um pouco dizendo que me entendia. Te proibo de me entender.
As vezes, acho que quando trago comigo aquele anel, carrego um peso que não posso sustentar, eu disse.
Tem mais de meio ano que não vou à igreja sabia? Não sei como mas, ele sabia. Ah Maris, como você espera se casar com um pastor se você nem à igreja vai mais?
Acho que ele também sabia que eu não espero mais.
A verdade é que nossos sonhos que eram tão em comum, hoje são inconcebíveis um ao outro.
Muitos silêncios permearam nossa conversa.
Já havíamos terminado outras vezes, mas essa foi tão, tão diferente que ficou claro que não era só mais um terminar.
Ninguém chorou, ninguém levantou a voz, ninguém desligou.
Só o século vinte e um pra conceber um relacionamento assim.
E eu pensava por quantas pessoas eu havia me apaixonado desde que nós começamos isso, mas nenhuma nunca foi forte o bastante para que eu quizesse mudar aquilo que começou naquela secretaria de igreja numa tarde gelada.
E no fim não foi ninguém mais além de nós mesmos os responsáveis pelo fim.
Não foram minhas muitas paixões platônicas, nem as caça-talento.
Mas nossos sonhos, planos e objetivos que mudaram.
Mudaram tanto que um dia simplesmente tornou-se impossível recolocá-los no mesmo livro sem que um de nós desistisse do indesistível.
sábado, 18 de julho de 2009
Chorar ou não chorar. Eis a questão
Lembra da Alicia? Ela estudou com a gente na sexta e na sétima série.
Não sei como você consegue esquecer alguém como a Alicia.
Essa mesma, Alicia chorona-bobona.
Encontrei com ela ontem. Estava voltando de Morretes e nos encontramos no trem, e estavamos as duas vindo pra casa, as duas perdemos o onibus da seis e meia, achamos que era destino e não nos separamos mais até a hora de dizer tchau quando o onibus chegou aqui.
Alicia chorona-bobona como a chamavam os do fundão sempre foi emotiva demais.
Quando nos conhecemos, lembra, ela chorava desesperadamente, porque não ia mais ter aula com alguma professora da quinta série. Outra vez, ela viu sua mãe na escola, chorou horas. Achava que poderia ter acontecido algo, algum professor reclamado ou coisa assim. Não era nada. Alicia além de chorar demais tinha esse outro problema que era sofrer por antecipação.
Quando a menstrução de nossas amigas começou a vir pela primeira vez, uma a uma, Alicia chorava porque sabia que um dia a dela também viria.
Quando o primeiro namorado terminou com ela, meu deus, achei que Alicia fosse desidratar.
Na oitava série Alicia mudou de colégio.
Além de ontem a noite nós nos reencontramos outras duas vezes nesses doze anos que se passaram. Na época do cursinho ela queria ser fisioterapeuta e nós frequentavamos o mesmo cursinho. Alicia tinha mudado um pouco, mas não muito, continuava chorona, mas sempre me dizia que um dia ela teria que aprender a parar de chorar.
Naquela época ela brigou feio com o pai dela, chegou a sair de casa, só voltou mais de um ano depois. Era de cortar o coração, estavamos lá, assitindo alguma aula e eu por alguma razão olhava pra ela, e uma lágrima escorria pelo rosto de Alicia.
Dia e noite, noite e dia Alicia chorava.
Ficamos outros muitos anos sem nos reencontramos, mas o destino sempre cooperou em nossos reencontros. Uma vez eu estava voltando pra casa, e estava plantada a oito horas no aeroporto de Boston. Carregando malas de um lado para outro de saco cheio já, quando a mala de mão caiu, soltei um sonoro "puta que pariu". E o destino, essa criança travessa arrumou de Alicia estar passando ali naquela hora. Ela riu.
Disse-me que eu não havia mudado, nem meu vocabulário.
Ficamos mais cinco horas ali até o avião dela partir, o meu demorou mais que isso.
Alicia estava um caco.
Feliz. Mas acabada.
Dizia-me ela que sabia que se encerrava naquele dia o período mais dificil da vida dela, que voltaria pra casa e seria outra pessoa.
Se foi ou não, demorei outros anos pra descobrir, só descobri ontem na verdade.
Mas naquele dia Alicia tinha olheiras que tomavam conta do rosto todo. Se eu tivesse ouvido tudo o que ela me contou naquele dia eu nunca teria ido trabalhar naquele maldito navio. Pois é, ela estava voltando de uma temporada de navio. Não disse que o destino é uma criança travessa, ela também trabalhou em navio.
Enfim, nessa época de navio, ao que parece o momento mais dificil da vida da Alicia, ela chorou rios de lágrimas.
Mas o que eu mais lembro, é a descrição que ela me fez das lágrimas que ardiam. Dizia que não sabia se era a água do navio ou o que...
Mas que as lágrimas, lembro que ela dizia nao eram apenas lágrimas, mas "lagrimonas" essas lagrimonas eram maior que lágrimas normais, e que quando escorriam era como se queimasses a pele. Como que para marcar pra sempre na pele o que só sabe quem já passou pelo inferno em alto mar.
Dizia que sentia doer. queimar, arder e outros adjetivos relacionados à dor ácida. Só entendi cada um desses adjetivos no meu tempo de navio. Talvez fosse a água mesmo.
Depois desse encontro regado a muitas lágrimas e café do Dunkindonuts, ela me ligou algumas vezes. E eu, naquela adrenalina de que estava chegando meu tempo de ir pro navio não pude perceber a profunda depressão que Alicia enfrentava. Voltar pra casa foi ainda pior.
Mas essa dor eu conheço.
Seus amigos tem novos amigos, novos assuntos, novas piadas. E você não se encaixa mais na vida de ninguém.
Fui. Voltei. Minha vida prosseguiu e a de Alicia também.
Ontem essa criança travessa chamada destino nos reuniu.
E Alicia, mais linda do que nunca. Não derrubou uma única lágrima.
Contamos de nossas aventuras e desventuras. Mas Alicia não chorou.
Alicia chorona-bobona não chora mais.
Simplesmente não chora mais.
Ali pelo meio da viagem tomei coragem e perguntei se no meio de tantas loucuras, fracassos e sucessos não dava vontade de chorar enquanto contava, afinal, ela sempre chorou tanto.
Alicia me disse que a alguns meses não derrama uma única lágrima.
Seriam mais meses, mas tem uns três meses ela chorou um domingo inteiro. Mas antes já se ia quase um ano sem ter chorado.
E me contando dessa vida sem chorar, ela me contou de um velório. Recentemente uma pessoa muito querida dela faleceu. Chegando lá, ela parou ao lado do caixão, e abraçada ao filho desta pessoa ela olhava a falecida.
"é hoje que eu choro", pensou ela.
Mas não chorou.
Ficou ali, olhando para o peito da morta, como que esperando o subir e descer da respiração. Mas não subia.
Nem descia.
E nesse dia diz Alicia, ela se deu conta que algo havia mudado. Ela havia aprendido a não chorar como tanto queria naquela época de cursinho. Ou havia se tornado a outra pessoa que havia decidido ser depois do navio.
Como o destino meu e da Alicia é mais travesso que você é capaz de imaginar, ela tem dois homens na vida dela hoje.
Um exige que ela abra mão da vida dela e o siga cegamente.
Outro
a esquece em qualquer canto.
Nenhum dos dois a buscaria na rodoviaria quando chegamos.
Um porque estava sempre longe
o outro por que na hora da precisão nunca estava por perto.
perguntei se por algum deles ela chorava.
"Nem nó na garganta, Maris, nada! nenhum deles merece nem uma única lágrima minha"
Alicia não chora mais.
Juro que pensar e escrever essa história dela quase me fez chorar.
Mas sei que a Alicia não choraria.
Ela tinha mesmo razão quando dizia que seria outra pessoa.
Não entendo essa teoria das pessoa que merecem ou não nossas lágrimas.
Fico aqui criando as minha teorias sobre quando Alicia decidiu parar de chorar. Acho que ela deve ter criado conceitos sobre merecedores e não merecedores.
Quanto a chorar o futuro, ou aquele preocupar-se todo com o que está por vir, ela me pareceu conformada. Como quem espera o irremediavel, mas as vezes ela deixava escapar um sorriso cretino de quem sabe que as vezes o quem vem pela frente nem é tão ruim assim. Então, pelo bom ou pelo mal que vem, ela não chora.
Mas como tudo que se leva a sério demais...
acho que hoje ela não controla mais o não chorar, ela simplesmente não chora.
Assim como um dia ela não controlava o chorar. Ela simplesmente chorava.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Confissões de uma vestibulanda em crise
Estou ficando louca!
Já não consigo assistir TV, a minha consciência fica gritando que eu podia estar estudando. Qualquer panfleto que recebo na rua, faço a análise sintática de cada frase. Meus últimos livros foram 1808, Ou César ou nada, Histórias da vida privada, Ditaduras do século XX, assim como os filmes históricos me perseguem na video locadora. E andar de carro então, são aulas de física constante.
Vejam o que o vestibular faz com uma pessoa. Estou cansada, alterada, entediada, completamente esgotada.
Eu quero voltar a viver!
ps: para fugir um pouco das confissões super femininas típicas desse blog.
domingo, 5 de julho de 2009
cobranças
Eu não cobro por não saber cobrar.
Não cobro por não ter como pagar quando o jogo virar.
Deixo tudo sem cobrar porque as vezes acho que se eu cobrar, o que o destino faria no seu tempo, eu adianto e sai do forno antes da hora.
Não cobro porque acho que ele teria que querer mudar tudo, sem que eu tenha que contar pra ele que algo precisa mudar.
Não cobro, porque nunca aprendi a cobrar, e preferi aprender a esquecer.
Não, eu não sou assim.