terça-feira, 11 de maio de 2010

eu sempre trago mais que o necessário

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Juntei algumas coisas numa mochila semana passada, pra passar alguns dias. Peguei o indispensável pra passar alguns dias. No final desses alguns dias, reparei que eu não usei metade do que coloquei na mochila. Nem ne necessaire de cosméticos, nem na necessaire de remédios (que bom né), nem as meias todas que coloquei, eu usei.
Tenho essa mania.
Quando fiz a mala pra passar um ano fora de casa, o processo de seleção foi terrível, tudo que eu queria colocar primeiro precisava passar por um processo de indispensábilidade. Durante um ano muita coisa pode vir a ser necessária, então foi uma seleção bem dificil. No final daquele ano, na hora de voltar, observei que metade do que levei, eu não cheguei a usar.
Mas até meu guarda roupa, eu acabo sempre usando as mesmas coisas, e há outras lá que não conhecem o lado de fora desde o dia que entraram.
É sempre assim, seja pra uma semana, um ano ou uma vida, eu sempre carrego mais do que o que preciso. Até mesmo pra um dia.
Sempre olho pra minha bolsa que tanto me pesa os ombros e fico pensando se não seria melhor deixar em casa algumas coisas. Mas não tenho coragem. Vai que eu preciso.
Não bastassem as bolsas, malas, guardaroupas carregando o desnecessário, eu carrego emocionalmente algumas coisas que poderiam ter ficado de lado, mas eu carrego, afinal, vai que eu preciso, não é mesmo?!
Pra esses dias que fiz a mochila mesmo, carreguei junto, uma mágoa que me fez sobreviver à eles, mas também carreguei uma saudade que poderia ter ficado me esperando no quarto.
Bem essa mágoa que me faz pensar sobre o polícamente correto de se dizer que não podemos trazer junto nenhum sentimento ruim. Sei lá. Não gosto disso, Acho que essa do esqueça o passado meio que nos torna insípidos, e desvalida algumas experiências que tivemos.
Não estou dizendo que precisamos carregar a mágoa ou a tristesa como a coisa mais importante da mala. Mas fingir que não à trazemos juntos é permitir que ela se infiltre nos bolsinhos da mala.
Hoje fiquei pensando que nas minhas malas sempre levo menos chocolates e água que o que deveria.
Sempre levo mais analgésicos que o que acabo tomando.
Sempre levo mais saudade do que a que realmente sinto.
Sempre falta condicionador.
Sempre acabo esquecendo traços de personalidade de algumas pessoas, e a saudade/nostalgia/distancia cria alguém que não é a pessoa que deixei.
Já fiz tantas malas, que faço hoje na metade do tempo de qualquer outra pessoa que vá viajar junto. Tenho uma lista mental bastante clara do que precisarei, e é só adicionar o que o tempo/temperatura demandará.
Gosto tanto de fazer mala que até ajudo meus amigos a fazer a deles, e hoje fiquei pensando se por culpa minha eles não acabam levando também um monte de peso extra totalmente desnecessário.

8 comentários:

Ju Fuzetto disse...

A saudade, Hum essa nunca fica de fora!!


beijo

Atitude: substantivo feminino. disse...

1 - Na minha mala sempre falta alguma coisa;
2 - Sim, eu uso a mesma meia 2 dias;
3 - Não há frio que não mereça um biquine na mala e um deserto que não mereça um casaquinho.
Vá saber, né?!

Malaguetta disse...

eu sofro desse mesmo mal,vai na bolsa tanta coisa,tantas lembranças,acho que no fim carrego todo mundo que amo e por isso a bolsa pesa =D

Barbara disse...

Somos assim.
Mas reconheço que é um estado de medo - da precisão ou da perda.
Talvez por isso, naquela famosa peregrinação a Santiago de Compostela, só se pode levar 1 mochila com o mínimo.

wcastanheira disse...

Um texto interessante, alguém q gosta de fazer as malas, fiz uma bela leitura, gostei do q li, pra vc minha linda bjos, bjos e bjossssssss

Luna Sanchez disse...

Eu sou calorenta, mas como amo o frio, tenho muitas roupas para essas ocasiões, e acho um pecado deixá-las em casa...rs. Tirando isso, sou prática e objetiva ao fazer malas. ^^

Obrigada pela visita.

Beijo, beijo.

ℓυηα

Daiane Pereira disse...

"Sempre acabo esquecendo traços de personalidade de algumas pessoas, e a saudade/nostalgia/distancia cria alguém que não é a pessoa que deixei."

é o tempo faz esse estrago modifica a saudade e até a pessoa saudosa no fim talvez as lembranças que carregamos são de alguem que nunca existiu além da nossa imaginação...

abraaços texto tocante o seu *-*

Anônimo disse...

Maris, acho que todos nos enquadramos nesses quesitos. Afinal, é melhor errar prá mais do que prá menos. Até nas saudades e mágoas!
Beijos exagerados.
Manoel.