segunda-feira, 28 de junho de 2010

Confissão em duas linhas

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Bem mais que o tempo que nós perdemos
ficou pra trás também o que nos juntou.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

deixa?

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Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
Deixa eu gostar de você
Isso me acalma,
me acolhe a alma,
isso, me ajuda a viver.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

sobre a perda em família

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Liguei pra minha tia no domingo a noite, precisava pegar minha prancha que estava na casa dela, ela me chamou pra tomar sopa.
Perder a Mara, foi um absurdo tão grande que fez nós todos revermos nossos valores.

Todos, menos meu pai. Mas não se pode esperar isso de alguém como ele.

Ficamos, eu e minha tia, falando da bestialidade que foi essa morte.
Acho que ela também se perguntava do porque investimos tanto tempo em algumas amizades, e a família, a gente deixa no pause, como se fossem ficar ali pra sempre.

A Mara morreu nova. E viveu pouco.
Essa frase que ouvi no velório, martelou na minha cabeça a semana toda.
Além de ser jovens, e os jovens não deveriam morrer; a Mara nunca fez nada. Nunca fez nada de errado nem de certo. Isso tá me incomodando demais.
Ele viveu a vida toda entocada naquele sítio.
Mas não era alguém tipo de novela das seis, que aproveita as cachoeiras, os cavalos... Não. Ela não gostava disso. Vinha pra cá pra estudar, mas era isso só. Vir, e só.
Quando resolveu trabalhar, ela trabalhava e só.
Não consigo fazer isso ter a dimensão real, parece que eu a conhecia pouco, e por isso pensava isso dela. Mas não. A Mara nunca correu riscos, nunca quiz mais, nunca tentou.
E me dói tanto, que ela se foi absolutamente do nada.
De manhã ela estava bem, ao meio dia foi internada, e a noite ela nos deixou.

Na terça-feira, minha mãe me ligou, avisando que iria lá.
Minha mãe definitivamente não é uma pessoa com tato. E por mais que fosse a irmã dela que tinha perdido uma filha, no dia do velório ela só pensou nela, se doía muito pra ela, ela tinha o direito de ir embora.
E eu, me vi ensinando minha mãe a se portar num momento assim.
Ela devia ter me ensinado né, ter dito, olha filha, nessa hora não existe nada que você possa dizer ou fazer. Então não diga, nem faça. Tá bom!
Nõa diga que foi a vontade de Deus, isso dói mais. Não diga que a hora chegou, porque não é justo a hora dela chegar antes da minha, não diga que com o tempo vai doer menos, porque não vai.
Ela vai querer falar, por pra fora.
Escute.
Só escute.
Só escute.
Se ela não quiser falar, não obrigue.
Seja o ombro que ela precisa.
Mas minha mãe nunca falou isso.
Eu que tive que falar pra ela.
E brigar ainda: não mãe, não fale da vontade de Deus... Eu sei que você pensa que foi, mas isso não ajuda e só atrapalha... eu sei mãe... tá bom... mas não fale... Mãe, e se fosse um filho seu? Ia ser justo ele ter levado e te deixado?

Confesso que eu achei que a esse ponto já teria recuperado minha fé. Mas os meses, um após o outro têem passado, e cada dia menos eu a encontro.
Confesso, que a fé dos outros me irrita. E até que quando algum desavisado cita deus nos comentários do blog tenho vontade de ir no blog da pessoa e cuspir todas as merdas que ele tem feito...
Confesso, que já não tenho mais inveja dos meus amigos quando eles falam de deus, tenho pena.
Perdermos a Mara é absurdo.

O irmão dela trabalha com segurança, e já passou por uma meia duzia de tiroeios.
O meu irmão já cheirou/fumou/injetou/lambeu/chupou todos os tipos de substancias que existem e tá ai. S emarcar pode ser doador de orgãos, de tanta saúde.
Eu peleio com um tumor a doze anos.
Enquanto a Mara, do dia para a noite.
Se foi.

Minha avó tem 90 anos, pesa uns 35 quilos, deve ter pouco mais de um metro e meio.
Semana passada, eu vi ela virar uma leoa. Pegar minha tia NO COLO, e ter a força que nenhum de nós encontrou naquele momento.

Confesso, que com tanta dor que passamos, doeu mais, ver o desrespeito das pessoas.
Vontade que eu tinha de abrir a cabeça da pessoa e gritar lá dentro, mandar calar a boca.
Dizer: olha, desce do palco. Pare que querer as atenções do mundo pra você.
Respeite.
Se você não sabe o que falar, nõa mude de assunto, não tente contar dos teus problemas.
N'ós perdemos a Mara.
A Mara,
você tá me entendendo? A Mara.
Não é certo você querer palco, quando eu preciso de colo.





À Mara.

domingo, 20 de junho de 2010

Abandono

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Ando relapsa é verdade. Sem foco, desacelerando.
Não consigo mais escrever, e nem é só no blog, ou no tcc. Pra mim escrever é pensar, então, não consigo mais pensar.
Passei os ultimos dias só observando pasma, já que não há nada que eu possa fazer.
Eu nunca quiz me jogar de nenhum abismo, eu só sentei na beirada enquanto pedaços importantes da minha vida alçavam voo livre antes da queda fatal.
Só nesta semana, eu: terminei com o Mark (ou seria ele comigo?). Me ví alvo de mentiras, e armações que culminaram na minha reprovação em composição em dança, passei muito mal e o médico disse que não posso tomar nada pra dor, enquanto estamos no experimental (...), fiquei a pé no meio da cidade, no meio da madrugada com a moto recém vinda da oficina quebrada, e, como se eu ainda não tivesse todos os problemas do mundo, minha prima faleceu.
Acho que tenho direito de estar atônita né? De estar chateada com quem não respeita minha dor, né? De querer um tempinho de chão antes de me levantar e recomeçar a caminhar, não é mesmo?
Não sei bem como as coisas vão ficar nas próximas semanas. Mas sei que vai ser bem dificil. Meus planos não envolviam ter que por a boca no mundo, pra poder fazer pelo menos o exame, porque eu tinha certeza passaria, e agora, tenho que brigar pra não reprovar. Meus planos envolviam estar com as entrevistas do tcc todas prontas, mas eles desmarcam e desmarcam. Meus planos eram começar o estágio nas férias, fazer a segunda fase do tcc sobre uma pizzaria, ir pra faca em setembro/outubro, ver o Mark em dezembro...
Meus planos eram, de almoçar na casa da minha tia no sete de setembro, comer o bolo do aniversário da Mara...

De tempos em tempos eu escrevo um texto assim. Acho que se eu procurar, em média, é de três em três anos.
É por isso que eu sei que logo as pernas firmam e eu saio andando de novo, eu sei que logo o Mark esquece isso tudo e a gente recomeça a novela, logo eu me irrito e saio com o primeiro cretino que cruzar meu caminho, logo eu provo que a história da cópia era invenção, eu sei que logo eu volto a escrever aqui tres vezes por dia, comentar os textos de todo mundo, e até a colocar fotos novas no orkut...

Mas é que no momento eu simplesmente não consigo.
Estou magoada com meio mundo, e ninguém nem nota.
Estou magoada com um aí que achou que o trabalho dele era mais valioso que a dor de uma outra.
Estou magoada com um aí que foi o primeiro a esticar a perna...
Estou magoada com um aí, que...
Bom.
Não tenho nem palavras pra explicar, o quanto essa pessoa me magoou.

Todos os dias recebo meu horoscopo por email, sempre mando pra lixeira antes de abrir, mas não marco como span. Ontem, precisei abrir. Diziam as estrelas que encerrava-se um ciclo doloroso, caudaloso e turbulento. Que eu logo começaria a colher, e que a passagem da lua pela casa nove hoje estaria colocando a lua finalmente em harmonia com meu sol natal. Que marte passou por alguma casa, nos ultimos dias que desestabilizou todo o meu céu.
Ah, horoscopo. Desestabilizou meu chão. Mas se você diz que foi o céu, quem sou eu pra discordar, você acertou tudo até aqui.
Só espero que continue acertando, e que a tal fase boa começe logo.
Que a boa noticia profissional venha logo.
E que a tal estabilidade emocional não demore, por que ando precisando de um pouco de calmaria pra tratar as feridas que a tempestade deixou.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Confissão em duas linhas

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Na falta de dinheiro, o tempo é sacrificado.
Passei o dia costurando papel pra fazer um Moleskine

domingo, 13 de junho de 2010

Ansiosa, eu?

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Surtei!
Passei o domingo
inteiro,
eu disse,inteiro,
imagindandoo que fazer
se o estágio não der certo.
Roí as unhas, arranquei

os cabelos, chorei igual
criança...


Juro, Tô bem não.
Eu sei, eu sempre soube
que na hora certa as coisas
se arranjam.
Mas hoje, precisei de ajuda
pra ficar calma, pra lembrar
que nem tudo se resolve
da noite pro dia.


E, como se eu já não tivesse
problemas suficientes,
a Tchella saiu, e deixou
um prato de docinhos.
Pra mim.
Não teve
altocontrole, sibutramina,
ou foto de vestido de
formatura que me convencessem a não atacar.



Agora, trinta chás de camomila,
uma bandeja de doces,
um anti-ansiolítico,
uma caixa de lenços,
um email pra Chico,
e cinco pro meu professor, depois
Sento pra escrever,
simuladamente mais calma,
e tentando parar de pensar
em o que fazer,
se o estágio não acontecer.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

meia duzia de bobagens desconexas, ou não

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Pra mim não há duvidas, felicidade é estar numa loja de sapatos com o cartão carregado com seus dois ultimos salários. Por isso mesmo, a certeza de que, em dando certo o estágio, não vai ser uma boa eu ir fazê-lo como vou à faculdade. Moletom, calça com a barra por fazer e tenis.
Então fui obrigada a comprar sapatos. Comprei três de uma vez. Você pode imaginar o quento fui feliz, né? Mandei fazer a barra das calças, e já que era um momento esquadrão da moda, dei uma folga ao moletom e comprei umas blusas mas apresentáveis.
Isabella e Arlindo ficariam orgulhosos de mim.

Tive pré-banca do tcc essa semana. Quase infartei.
E sim, ninguém notou que eu só tenho 3 páginas escritas.
Simulação foreeeever!

Ali, na outra faculdade, rolou uma divisão de grupos...
Num grupo estava "ele", então eu não entrava de jeito nenhum, noutros dois grupos estavam a mais recente ex dele, e a atual outra dele, claaaro, também fora de cogitação. O quarto grupo tbém não era possibilidade. Sobrei!
Com a devida liberação pra fazer o trabalho individual, caprichei na minha mistura de conhecimentos publicidade e arte. Era um trabalho de dança, e eu, espertona que sou, bolei uma coreografia mega-master-power para 4 pessoas. Três eu gravei e juntei no editor de vídeo, projetei no cinema, e a quarta fiz ao vivo.
Com direito à crétitos no final:
Produção: Damaris Ballet Company
Ato de Abertura: Damaris
Primeira Bailarina: Damaris
Coro: Damaris; Damaris
E pra completar fui mega-master-power elogiada.
Ieeeei

Parece que eu em cena quatro vezes, mais a passagem pelo esquadrão da moda despertaram os olhares...
Meu cafa particular, segundo me contaram as más línguas, me encarava com a atual outra do lado. Não vi, pq nem olho mais.

Um dos meus sapatos novos é mal. Muito mal. Fez bolhas terríveis nos meus pés. Vou dar à ele só mais uma chance.

Desenterrei hoje uma blusa do tempo que me preparava para ser "esposa de pastor", com data marcada, e vestido escolhido. Ela passou bem uns três anos socada numa gaveta. Amanhã vou ver o que mais já está usável.

Encontrei uma pessoa no supermercado hoje, que não faço idéia de quem seja. Mas pelo jeito nos conhecemos muito bem. Conversamos tipo uns quinze minutos, mas ainda não lembro.

Passei no mercado comprar algo pra comer. E sim, comprei filé de peito de frango e uma quentinha cheia de salada. Não sei mais quem sou eu. Só me reconheço no fato de que eu jamais compraria uma beterraba, comprei a salada de beterraba pronta.

Juro, eu eu fosse ainda mais facinha, ah, eu pegava uma pessoa aí...

e Pra encerrar, um pensamento pra elevar o espírito:
Pior que passar o dia dos namorados sozinha
é passar o carnaval namorando...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Se não for com aquele pretinho eu não vou.

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Quando eu era criança eu meio tinha umas crises com minhas roupas,
e se não fosse com aqueeeeela roupa específica eu não ia.
Claro que, como eu não tive essa educação modernosa q da voz à criança eu ia sim, com a roupa que minha mãe escolhesse e ponto...
Mas, recentemente, ando tendo essa crise denovo...
Desde que comecei a fuçar olhando uns vestidos que me vestissem, ou seja, teria q ser em lojas americanas, já que no Brasil, há uma tendencia de achar que se você está acima do peso, você só pode usar aqueles voals meio igreja pentecostal...
Mas, voltando ao assunto.
Combinei com minha tia, que eu escolheria o vestido, e ela traria pra mim.
Mas, ela nõa vem mais em julho, e,
quando ela vier em fevereiro o vestido não vai mais estar lá. E ela fica tendando me convencer que não é pra comprar antes, já que não como desde fevereiro pra ver se fico melhorzinha no vestido né, sim eu sei que ela tem razão.
Mas, eu amo ele.
E, e não for com esse vestido eu não vou na formatura.
Tá decidido.

Morro acima

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Hoje acordei feliz,
só por que eu sei,
que não importa o tamanho das pedras que se tem que levar lá no alto da montanha.
A montanha é sempre a mesma.
E por mais dificil que seja arrastar lá pra cima as pedras, e quedepois dessa vem outra e outra e mais outras...
cada uma que eu acomodo lá no alto, dá um alívio danado, uma alegria tão recompensadora, que até dá vontade de olhar lá em baixo pra ver qual a próxima que eu tenho que trazer pra cima...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Adultização precoce

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Antes de explodir uma coisa que está me incomodando a uma semana eu quero deixar duas coisas claras.

A primeira, é a de que não acredito no papo da inocencia infantil, criança não tem maldade, anjinho, que não mente, e todas essas coisas que se fala por aí. Só pra ilustrar esse fato, vou contar uma coisa que aconteceu numa festa que eu estava trabalhando. Um menininho, de menos de dois anos, veio correndo e se bateu numa porta. O braço dele imediatamente ficou roxo. Ele correu e mostrou pra mãe dele: Olha mãe, a palhaça me bateu. Enquanto tentava explicar pra mãe histérica que seu filho era um pequeno vigarista, pedi pra ela olhar pela porta de vidro que tinha atrás de mim, a cara de felicidade do pivete em ver a mãe dele quase saindo na porrada comigo.
A segunda coisa que quero deixar claro, é que sou contra essa mania de por todos os males do mundo culpar a mídia, a televisão, a globo. Os males do mundo tem umas cinco ou seis metades culpadas. Metade dos males do mundo vem de casa. Na escola, a gente cansa de ver pai cobrando de professor ensinar seu filho coisas que esse devia ter trazido de casa. Outra metade dos males do mundo é culpa da religião. Desculpa, mas incluo todas nessa. Duas décadas dentro de igrejas e só me restou o cinísmo. Outra metade a culpa é da escola, assumo, mas por escola entenda governo, ok... E, talvez o próximo da lista seja a mídia, mas não sei, deve ter mais alguém na frente.
Pronto colocado esse fatos, agora vou contar minha indignação.

Como já disse trabalho como palhaça em festas de criança, mas como depois dos cinco anos eles nos odeiam e nos batem (muito) quando é festa de criança maior não vamos de palhaço. Ainda fazemos o bom serviço mas sem gastar a voz, e sem apanhar.

Tive uma festa dessas na semana passada. Aniversário de nove anos. Baladinha num salão do melhor hotel da cidade. Fomos nós, de maquiagem psicodélica ganhar o pão nosso de cada dia.
Lá, umas trinta crianças dançavam na pista, comiam hamburguer, e piravam pelo cabelo colorido. A metade menina da festa pirava também pela maquiagem.

Até aí tudo normal, certo?
Tecnicamente.

Juro, nem nas festas mais piradas da faculdade, se vê os movimentos que aquelas meninas faziam. Aliás, a não ser que você tenham muita elasticidade e alongamento, nem na cama aqueles movimentos acontecem.

Era algo como a gaiola das popozudas no jardim de infancia.
Elas desciam até o chão, e lá rebolavam e esfregavam. No rosto, nenhum sinal de inocencia, mas, caras e bocas dignas de capas da playboy.
Elas não usam roupas coloridas e divertidas, aliás elas abominam cores, as roupas, minis e micros, eram jeans, preto, cinza, salto.

Na maquiagem, todas pediram o canto do olho mais escuro esfumaçado, blush, batom, máscara para cilios. Sim a maioria delas sabe que o nome é máscara para cilios e não rimel. É que são todas da high society. E que diferença isso faz?

Toda.
Por que quando é a pobrinha, dando pra caminhoneiro na rodovia, a gente não aceita, mas entende, que a situação social obriga elas a isso.
Mas juro, eu não sei explicar o que vi naquela festa.

Vi. Juro, eu vi: Uma delas chamar o DJ pra dançar com ela. Quando ele, constrangido disse que não e que tinha namorada, ela, com toda a sua cara sensual respondeu: Ela não está aqui, ela não precisa ficar sabendo.
Então o papo de que estão só reproduzindo o discurso da mídia não cola, porque tenho certeza que ao dizer isso, ela tinha muita noção do que estava dizendo.
Quando os homens da festa (fotografo, DJ, etc), constrangidos com a situação, passaram a evitar até olhar pra elas, elas passaram a se comportar de um jeito meio, meio clipe de rapper americano. Se esfregando, sim eu disse se esfregando uma na outra elas tentavam de todas as formas atrair os olhares.

Como disse meu colega, um pedófilo teria infartado ali. Não, não faço parte do discurso de que a ação destes é culpa do comportamento das crianças, a ação destes é doentia e ponto. O que estou dizendo é que qualquer pai e mãe com um minimo de bom senso deveria ter tirado a filha dali, nem que fosse na base da pancada.

Fico aqui pensando, em onde mora a culpa por uma situação dessas, porque provavelmente, a aniversariante e suas amiguinhas não são uma situação isolada no globo terrestre, aliás elas devem fazer parte de uma massa de crianças, que já passou do nível de sensualizadas e alcançaram o sexualizadas. Na familia? Na sociedade? No governo? Na mídia? Acho que todos tem sua parcela de culpa.

A família, se esconde na rotina corrida e não assume a responsabilidade. A mídia, que veicula crianças como a Maísa, ou aquelas do Raul Gil e faz parecer que é assim que crianças devem ser. Funk, Axébostamusic, e até meu querido rock, a musica veicula a sexualização, e elas crescem pensando que esse comportamento é o normal. Hanna Montana que me desculpe, mas nem disney channel hoje eu perdoo.
Jogo ainda a culpa no governo, que quando vai regularizar a mídia é sempre de modo ditatorial e político, por isso hoje não pode regularizar nada, nem o conteúdo que deveria ser filtrado às crianças.
Por fim jogo a culpa na sociedade, em mim e em você. E mim, porque bem deveria ter mandado aquele DJ desligar o rebolation e o tal do justimbibier e por Adriana Partipimpim pra tocar. Em você, porque eu bem aposto que nem sabe quem é Adriana Partipimpim, e acha uma graça um bebê imitando a dança de alguma mulher fruta, quebrando tudo no rebolation ou seja lá qual for a dança da moda.