terça-feira, 20 de abril de 2010

Segundo Ato, Cena 11

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A verdade é esta: gosto de você. Amo-o, é o termo.
Você diz que eu desconheço o amor, não o desconheço. Talvez o conheça melhor que você. Apenas não o uso como um meio de evadir-me de mim mesma... Não o utilizo como derivativo para as minhas insatisfações interiores, nem como o complemento que você me diz usa-lo.
O amor que quero?
Quero-o real, vivido em todos os seus detalhes... Quero-o vomo uma conjuração de energias, uma amostra de vitalidade. Quero sentir o que sinto, viver o que vivo, e não criar-mr rm um mundo de fantasias de onde só se sai esmagado e decepcionado. Não precisamos dar aos nossos sentimentos coloridos artificiais quando eles existem, quando são grandes. Grandes, maiores do que tudo quando você pede na sua incompreensão e no seu sonho do irreal. Todas as minhas reservas de afeto, todas as ternuras, todas as ansiedades, todos os sonhos, tenho-os eu sublimados nesta unica coisa que você chama "o meu gênero de amor por você...". Mas eu também quero receber, também eu, ouviu? E receber, para mim, é ser compreendida. Não pense você que não enfraqueço, que não tenho os meus momentos de desfalecimento... Apenas não exibo a minha fraqueza. Mas nesses momentos, só uma coisa me consolaria ou estimularia: você. Você que me falhou sempre: nas minha alegrias, nos meus entusiasmos, nas minhas tristezas, na minha inutil tentativa de ser forte.
A culpa é sua. Unicamente sua. Porque não quis me compreender... Porque não soube fazer este gesto, tão simples na sua aparência, mas que para mim seria o meu refúgio e a minha força: acolher. Eu nunca lhe disse isso, mas você o devia ter compreendido - porque não poderia supor que eu fosse uma criatura sem dúvidas, sem fraquezas, sem lágrimas, sem tédios... Uma criatura sobre-humana. Em minhas atitudes você apenas viu a pose. E não percebeu a verdade: uma vontade obstinada de conquistar a vida, de vencer os sofrimentos, de encontrara beleza dentro das coisas reais e não nos artifícios que os mórbidos cultuam.

Segundo Ato, segundo quadro, cena onze
A doutora Magda
Maria Jacinta



Recebi o livro ontem, tem tanto tenpo que encomendei que nem lebrava mais dele.
E agora eu que achava que o tcc da arte já estava decidido vejo esse livro que me faz querer mudar tudo de novo.

Quando a gente acha que tem todas as respostas vem a vida e muda todas as perguntas...
no meu caso
a vida vem e muda os meus livros.

4 comentários:

Desarranjo Sintético disse...

Bom, em vez de mudar tudo, apenas acrescente algo ou endosse as coisas como novo livro, que parece encantador.

Abraço.
Fábio.

Anônimo disse...

Maris, você escreveu tão legal. Até lí por mais de uma vez para sentir bem legal as coisas que você soube bem externar. Parabéns, menina!
Quanto às mudanças, kkk! Nem assusto porque os imprevistos sempre acontecem. É como estar no palco para fazer um discurso e esquecer até o nome do homenageado. De repente vem um "choquinho" na cabeça e a gente improvisa. Aí você até assusta porque todos ficam em pé e batem palmas. Sabe por que? Porque o improviso é mais realista. Sai do fundo do coração.
Uma beijoca no seu coração.
Manoel.

Carolina Filipaki disse...

Deu vontade de ler!
Viva as mudanças no tcc... Eu sofri tanto com o meu, mudava a toda hora que ele acabou com 100 páginas... Mas passei, ufa!

Quero saber como foi o tal final de semana....

Michele Matos disse...

O legal na vida é mudar de ideia na última hora. Só isso que digo.