sábado, 6 de junho de 2009

Ella

Ella era assim mulher poderosa. Ela, nossa Ella tinha um que de suspense que despertava uma certa curiosidade. Não sei se era o jeito decidido ou o olhar de quem sabe o que quer da vida.
Ella sempre me chamou atenção por não ter duvidas, ou se as tinha eu nunca percebi. Não sei como pode alguém ser tão certa da própria vida. Mas Ella era.
Ella nunca viveu o platônico, ia lá e resolvia, Ella nao levava problemas pra casa, e sempre me disse que era por isso que não tinha úlcera. Ella até me assustava com aquela certeza toda, e como pode nunca ter se arrependido, como pode decidir as coisas assim tão rapidamente e nunca, nunca mesmo se arrepender?
Ella era imune, vacinada. Dona de vontades e verdades que assustavam mas que fascinavam também. Não sei onde ela aprendeu a ser assim, mulheres demoram tanto a ser donas de seu nariz, Ella já nasceu dona de sua vida.
Ella não tinha tpm, Ella não precisava ter gato, Ella não fez diario quando era adolescente, Ella não conhecia tempo ruim.
Mas sei lá, acho que nós não notamos que algo mudava com ela, e Ella, aos poucos foi desaparecendo daquele palco onde ela costumava ser a estrela. Pálida, mais magra, com olheiras, bebendo wiskey vagabundo e devorando uma barra de chocolate arcor, Ella me confessou o que havia mudado.
Ella nunca até então havia amado.

2 comentários:

Francisco disse...

Maris.
Pior que um "cafa" que deixa a mulher abatida e com olheiras, só mesmo Chocolate Arcor. Pode acreditar!!
Um beijão!

Carolina Filipaki disse...

Há mulheres que são assim e como nós gostaríamos de ser como elas.. Até descobrirmos que em certo momento são iguaizinhas a nós! Pobres mortais!