terça-feira, 5 de maio de 2009

Da série - vida de navio

De repente as janelas se abrem de novo. E eu que achava que elas tinham se lacrado.
De repente aquilo que eu achava que eu não tinha o direito de sonhar, pelo menos não aqui, pelo menos não agora, vem assim, simplesmente vem assim de novo pra mim.
O beijo no rosto não durou mais que um segundo.
Mas as borboletas já voavam no estomago de novo.
Para borboletas no estomago acido da queimação que os amores antigos deixaram.
Morte as borboletas de estomago.
Assim ele falou que merecia um beijo. E eu como não ia permitir sonhar assim deixei no ar aquele nahhn de quem acha tudo uma bobeira. Ele me segurou pelo braço e me puxou pra perto. Deu um beijo estalado no meu rosto e me deixou ir.
De repente ela acha de novo razão pra lavar o cabelo. Passar hidratante e pintar as unhas, mas ela desiste das unhas, é muito investimento.
De repente ela anda sorrindo, mesmo tendo nos ombros o peso de um sonho que parece cada vez mais distante.
De repente ela anda sorrindo, mesmo tendo nos ombros uma bandeja pesada e a cabine cada vez mais distante.
E ela acha graça nisso tudo.
Acha graça não ter expectativa. Acha graça de ser a graça.
De repente ela decide aprender a falar romeno.
E não reclama mais quando os hospedes roubam sua caneta, ela quer mesmo um motivo pra voltar lá e puxar um papo.
Para borboletas no estomago baygon de passado.

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