domingo, 10 de maio de 2009

Da série - vida de navio

Aos poucos as coisas vão se parecendo mais com porre que com qualquer outra coisa.
Como nos tempos de bebedisse.
Penso que os primeiros goles a gente aprecia feito licor. Só que acaba que os tragos vão se avolumando de maneira que vira tanta embriaguez que começamos a desprezar os sabores para nos ater às dores de cabeça, a nos esquecer da delícia que é inebriar-nos por prazer e não por necessidade.
O bom disso tudo é que não me refiro ao navio. Refiro-me a mim, e a você, a mim e ao mar, a mim e aos olhos.
O navio dele eu não reclamo,
O que inebria mesmo são as sensações. Não gosto de chamá-las de sentimentos, não sei por que aprendi que sentimentos são nocivos. Prefiro chamar de sensações.
Do navio eu no reclamo.
O navio é mais barato que ir ao analista. E muito menos humilhante que Márcia goldshmith, no navio me descubro mais forte, mais frágil, me descubro mais real, e conto novas historias pra mim mesma.
No navio descubro que o que eu quero é menos e mais do que eu queria. tranquilidade, liberdade e discernimento. Do resto o que vier, é lucro. E o que não vier, deixa que eu vou buscar. Eu não pretendo que percebam como eu que toda princesa quero um castelo e todo marujo busco um farol.

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