quinta-feira, 29 de julho de 2010

longe

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Não é que sumi,
eu só não sabia mais ser daqui.
Não é que voltei
eu nem voei.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

cartas humanas

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Hoje as cartas que escrevi parecem sem sentido.
Re-li, e não parecem mais cartas de amor,
não soam nem relatos de dor.
Talvez não tenha sido mesmo um coração partido.

Eu as escrevia todos os dias.
Mas nunca tive coragem de enviar,
de alguma forma eu sabia que a dor iria passar.
E recomeçarmos nem fazia mais parte das minhas fantasias.

Fico pensando se você também me escreveu.
Ou como foi que você de mim se livrou,
se o amor um dia passou.
Eu nunca recebi nada do que você prometeu.

A minhas eu guardo quase que escondidas.
Pra que assim eu possa passar sem vê-las,
e evitar as tentações que vem com elas.
como troféu, como relicário da nossa relação falída.

O tempo não acumulou apenas cartas e anos.
Acumulou a certeza que nossas falhas,
nossos medos, nossos fracassos e nossas tralhas
foram carimbos no passaporte que nos fez humanos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

babylon can't translate me today

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Of course it hurts me, how could you consider that it wouldn’t? You should already know that I’m easily hurtable.
But you don’t. Some how, I always knew that, it’s just hard to believe, maybe. To believe that you choose to not known me.
I’m sitting here, like a kid, waiting for you, begging for you, needing you. And you just choose to not come. Cuz’ I know
I know, that some how you can hear me.
You can feel it; you can feel the pain inside my chest.
But you do have a choice.
And do did choose to not come.
All I always waited for, as for you to come,
All I always needed was your hand, cuddling me.
And you never came.
I feel so alone, and you’re the only one that could make this loneliness go away.
You said, I remember your voice saying those words. I remember, cu’z I knew that picturing that moment in my mind, would be the only way to make it last forever. I remember you, saying that you loved me. You did it, I remember.
I do.
I remember it every day, every single day.
I also remember that you always attempted to teach me, that people’s actions say more that their words, and, there’s a long, long time that your actions don’t say I love you, but I just cant believe than.
Your actions actually say go away, stay away so nobody will get hurt.
How come? If, I do?
Staying away from you hurts me, even more than everything you already did to hurt me.
I can’t remember your voice, or your perfume, or what you did to hurt me.
I just cant.
People say that you have changed, that you’re not the one that you used to be, that you’re not the one that I remember, that you’re not you. To me, it doesn’t matter, cu’z no matter how you are right now, no matter what you did that bruised me so badly, no matter who you changed yourself to, I don’t know either of you anymore, and now, the only thing in the hole world that breaks my heart, is that none of you is with me, the one that you used to be, the one I remember, the one you turned yourself to, or just you. None of you are here.
Because some people can have a choice, right?
I don’t.
And you did, choose somebody else over me. It’s so typical, you, are the one so typical.
Maybe that’s why people choose anything, anybody over me. I’m not typical, and, people like you just can’t stand for this, right?
And, above all, all, you wanna know what hurt’s me the most?
Is that I don’t know if this words are addressed for you, or for my mother.
Cu’z, you both did it.
You both left me waiting.
You both choose somebody else over me.
You both said I love you, but, both of you couldn’t perform like you did.
The love of my life,
My mother,
I don’t know how I let it happens, when I started to let people perform the same speech, why hurting me by choosing somebody else, the two of you.
Of course I cry.
That’s the thing I do. You should know me better. If you know strongest way to punch me, you should know how I react to it.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

sobre frio, sobre tudo, sobre versos

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Viver no sul, fez dela alguém com hábitos diferentes
dos tal país tropical.
Alguém que junto com os mimos de todos
ainda acrescentava, mimos que aquecessem.
Então, naquele dia
ela preparou tudo nos minimos detalhes.
No fogo, a lenha crepitava
e o calor aquecia
a tarde de inverno
Pela casa, com cuidado, ela arrumou, limpou,
perfumou, organizou.
Ainda um tanto de lenha extra, recolheu,
para que quando alguém chegasse, encontrasse
conforto, perfeição e calor.
O telefone tocou.
Era alguém avisando que em poucos minutos estaria em casa.
Ela então,
após conferir os últimos detalhes saiu.
Não lhe cabia mais aquele calor.
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Naquela noite gelada
Sobre tudo ainda ela vestiu o sobre-tudo de lã.
E sobre ele, aquela jaqueta que um dia
fora sua jaqueta de esquiar.
Com frio, vento e chuva,
tentava imaginar onde era o tal
país tropical que um certo alguem cantou
Seis graus, não lhe pareciam tropical.
Subiu na moto,
e guiando por instinto,
na neblina congelante que se erguia
foi ao encontro do ultimo calor que lhe restava
Naquela noite gelada,
só mesmo aquele vinho barato
seria capaz de aquecer.
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Sobre o teclado, os dedos pausavam imóveis.
E na mesa, a caneta jazia pausada sobre o velho caderno que um dia já lhe fora garantia de versos.
Nem mesmo a maquina de escrever empoeirada conseguia tirar dela uma única palavra.
Se nos primeiros dias, ela culpava o teclado por ter lhe roubado as palavras, agora, teclado, caneta, caderno e a velha máquina, a culpavam.
E ela,
desviava o olhar,
pois não era mais capaz de enfrentar as cobranças impiedosas,
daqueles que uma vez
lhe foram tão complacentes.
Talvez fosse mesmo culpa deles, e de sua complascencia.
Se ao invés de apenas deliciarem-se com as palavras que ela lhes confiava, tivessem ensinado-a, o que fazer, um caminho a trilhar.
Mas não.
Acomodaram-se em ser apenas continentes, de um conteúdo que quase sempre era dor.
E ela,
agora que desistiu da dor,
era então rejeitada,
pelo teclado, pela caneta,
pelo velho caderno.
E até,
pela maquina de escrever, um dia lhe jurou amor eterno.
Tudo por que ela,
naquele inverno, cansada de esperar
desistiu da dor.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

São Jorge e o Padeiro II

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Precisei sair. Fui entregar ao padeiro os sonhos de cristal. Ele disse que ninguém os faz como eu. Claro que não, sonhos de cristal só se fazem quando na lua nova São Jorge quase cai e derruba pó mágico. Com o pó, adubo a terra onde crescem as goiabas que feitas goiabada recheiam os sonhos.
Na volta, um homem caído lembrava São Jorge. Teria finalmente São Jorge caído? Teria um irmão gêmeo?
O homem agradeceu os dois sonhos e disse que não me preocupasse, nunca faltariam os ingredientes dos sonhos de cristal.
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Ele não caiu. Quando o dragão entrou para o convento, se jogou.
Mas deixou um sistema de vassouras, para o meu pó da lua nova. Ele sabia que se sentisse fome, não o negaria sonhos.
Pranteei não poder lhe dar todos os sonhos.
Dois sonhos bastam, ele explicou. Por isso só no meu quintal cai pó. E os sonhos de cristal recheados com as goiabas adubadas com pó mágico que cai pelo sistema de vassouras de São Jorge na lua nova, eu podia guardar pra mim, mas os vendo a troco de banana para o padeiro.
Afinal ninguém faz sonhos de cristal como eu.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

De volta às primeiras decisões

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Eu andava nas ultimas semanas com a impressão de estar carregando uma geladeira nas costas. Então, entregar o tcc foi um alivio danado né.
Junto com a pressão por terminar no prazo, (terminei com três minutos de antecedência), vinha uma série de problemas que me tirou o sono a fome, a sanidade mental, física...
Mas, agora com ele entregue, e o segundo pra ser iniciado só em algumas semanas, uma onda de claridade invadiu meus julgamentos que andavam beeem na penumbra.
Em hoje, conversando com um amigo, sobre algumas decisões que tomei, eu tentava explicar do porque seria inteligente não me jogar de cabeça na arte, e sim na publicidade...
Ai, lembrei de uma coisa que aconteceu há alguns anos à qual eu não andava dando valor...

É que, de volta no tunel do tempo, lá em 2007,
eu estava morando no exterior, trabalhando num navio cruzeiro, namorando um americano, de rolo com um romeno, de caso pensado em ficar pra sempre morando nas Ilhas Cayman, com oferta de emprego no México, com com pedido de transferência para a Italia encaminhado, e de cabeça feita que um dia eu ia morar na Nova Zelandia...
Eu estava decepcionadissima com algumas pessoas aqui na terrinha, chateada com minha familia, e irritada com a possibilidade de passar mais três anos na faculdade...
Eu estava decepcionada com Deus, refazendo meus conceitos de missão de vida, e entendendo como eu poderia um dia voltar a entender essa palavra...

Deixei tudo pra trás.
Pra voltar pro Brasil, terminar a faculdade de publicidade e trabalhar com Marketing.
Foi pra isso que eu voltei.
Deixava tudo pra trás, mas pra construir algo, e esse algo, era em publicidade, em Marketing.
Fazer faculdade de arte, era pra ser uma alternativa em caso de crise mundial, pra enriquecimento curricular, pra ter outra graduação, pra dar aula por prazer.

Mas eu me perdi nesses três anos e meio.
Quase abandonei o curso de publicidade,
e pra que?
Pra me dedicar integralmente a algo que, nunca teria sido motivo suficiente pra me fazer voltar.

Não que eu não ame a arte. Não que eu não adore de paixão dar aula.
Mas sou do tipo de pessoa que se o meu sustento viesse integralmente de aulas dadas, eu não faria direito. Ser professora é uma delicia, mas no meu caso, acaba tendo que ser a parada que eu faço pra desestressar de alguma outra coisa.

Aé, depois de todas essas percepções que ocorreram numa fração de segundo, fiquei pensando no quanto eu sou feliz por ter feito a escolha de voltar. E, claro, morro de saudade, as vezes de arrependimento, mas não é o suficiente pra me levar de volta.
E, com isso tudo, fiquei feliz por perceber que trancar a arte não é abandonar nenhum sonho, afinal esse não era o sonho que me motivou desde o principio. Era um complemento, um acessório, uma peça decorativa, um extra...

Por que sonho bom mesmo...
É com recheio de doce de leite.

domingo, 4 de julho de 2010

Inferno Astral

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ACABOU!
ENTREGUEI O TCC

quinta-feira, 1 de julho de 2010

limítrofe

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Vai chegar um ponto que será seu limite.
Um dia, você alcançará aquele momento em que
emocionalmente você não tem mais condições,
e físicamente, seu corpo beira a estafa.

E, entre um colapso nervoso,
e uma visita ao hospital, a vida continua pressionando
os prazos apertam ainda mais,
os oportunistas não perderão este momento singular
seus problemas familiares explodirão de vez.

Quando esse momento chegar,
é hora de entender,
que por mais que seja contra seus princípios
por mais que você acredite que não é assim
que os problemas se resolvem.

Não adianta mais se debater,
é hora de se dopar.

Assim, com remédio pra dormir,
remédio pra acordar,
remédio pra se concentrar
remédio pra não chorar
Remédio pra não morrer
remédio pra não matar
remédio pra comer
e remédio pra emagrecer

Você encontrará condições novamente
de alcançar os resultados que sonhou
uma vida inteira, mas que a pressão
final, quase arrancou de você.